sábado, julho 12, 2008

Das origens I

Minha vida, a partir de nove anos, foi construída lá na Nove (Bredápolis - distrito de Janiópolis). Ainda tenho nítida, como se fosse ontem, nossa mudança, quando chegamos no rancho vindos de Aparecidinha. (Aparecida do Oeste - Município de Tuneiras) Quando criança não se tem muita consciência das coisas e não se sabe aproveitar um terço do que acontece a nossa volta. Meu pai e meu cunhado ficaram um bom tempo vindo para Bredápolis, para construir a casa de pau a pique, feita de ripas de coqueiro, sem reboco, coberta de tabuinhas que eles mesmos partiram do buriti (se é que era este o nome, não me lembro bem).Um poço raso, não dava quatro metros, cheio de água, até quase um metro da boca. Uma mina entre umas bananeiras... No local vertia muita água. Quando chovia, então... E a mata virgem! O pai já havia derrubado um pedacinho, onde plantaria café. Que maravilha aquilo! Os vizinhos que já estavam eram poucos. Lembro-me dos Teixeira. Seu Joaquim. Seu Sebastião (esse falecido há pouco, em Janiópolis). Aos poucos foram chegando mais vizinhos. Cerca de 1,5km ficava o patrimônio que chamávamos de Serraria (hoje Bredápolis), por causa da serraria do seu Leonel (?), um armazém, do seu Hermínio Marcelino, a máquina de arroz do marido de D. Virgínia, a minha professora de primeira e segunda séries..A propósito de nossa chácara, o pai vendeu. Apenas uma vez voltei lá. No ano passado. (2007) Do que meu pai fez, restam apenas os três pés de Pinus Araucária, Pinheiro do Paraná, que ele pai plantou a uns cem metros de casa, à beira do carreador que dava para a estrada principal.
O que também ficou gravado foram as longas caminhadas mata adentro, (já havia estrada, é claro), para ir à casa de minha irmã (em Aparecidinha). O pai, a mãe, eu e meu irmão e irmã. Uma hora de viagem. Mata virgem que com o passar dos anos foi posta abaixo para dar lugar à hortelã e ao cafezal. Depois da ponte do rio Goioerê, aquela árvore, da qual gotejava água, qualquer que fosse o tempo ( nunca me saiu da lembrança aquela maravilha). As águas, meio barentas, mas bem mais limpas do rio, sem comparação com o que é hoje. Anos mais atarde, meu cunhado mudou-se também para a nove. O trabalho na roça. Colheita da hortelã. As pescarias. As modas de viola com os vizinhos da colônia. Eu e meu cunhado cantando em dupla (quando euu já era adolescente). As reuniões para contar história. Quando chegada do rádio - meu pai foi um dos primeiros a ter um rádio. Os vizinhos se reuniam para ouvir a Rádio Nacional. Dessas reuniões parecem estão vívidas as gargalhadas com o programa humorístico Balança, mas não Cai. Enfim, parafraseando o poeta. Eu era feliz e não sabia. (não que eu não seja feliz hoje).
Volto... (12 Jul 2008) Nota - este texto esta publicado também na página do orkut - "Da 9" crianda pela Prof. Marasilvia Guilerme.

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